quinta-feira, junho 26, 2008



Todos os postes da Rua Farme de Amoedo, Ipanema, Rio de Janeiro,amanhecerão no sábado com bandeiras lembrando os 40 anos de Stonewall - o bar de Nova York onde gays e travestis se rebelaram contra a repressão policial no dia 28 de junho de 1969. A contagem regressiva para a celebração , em 2009, começa sábado em várias cidades do mundo como Paris, NY. "No Rio escolhemos a Farme porque é a rua mais identificada com a cultura gay, é o nosso Village", diz o secretário municipal de Ação Social.

O Dia

No dia 28 de junho de 1969 o bar Stonewall foi local de mais uma batida policial - mais uma vez sob a alegação de falta de licença para a venda de bebidas - e todos os travestis que se encontravam no bar foram recolhidos. Mas, ao contrário das outras vezes, as pessoas que foram liberadas pela polícia resolveram resistir - em solidariedade aos que foram presos - e não arredaram mais os pés dali. O clima foi ficando cada vez mais tenso. Gays e lésbicas de um lado e policiais do outro. E travestis, presos.

Village

Trecho do Village Voice. "De repente, o camburão chegou e o clima esquentou. Três das mais descaradas travestis - todas em drag - foram empurradas para dentro da viatura, junto com o barman e um outro funcionário, sob um coro de vaias da multidão. Alguém gritou conclamando o povo a virar o camburão. Nisso, saía do bar uma sapatona, que começou uma briga com os policiais. Foi nesse momento que a cena tornou-se explosiva. Latas e garrafas de cerveja começaram a ser atiradas em direção às janelas e uma chuva de moedas foi lançada sobre os tiras..."

A Rebelião

Quando viram a multidão enfurecida, os policiais se refugiaram dentro do próprio Stonewall para se proteger da cambada lá fora que começava, literalmente, a pôr fogo no bar. Acuados, os tiras apontaram extintores e mangueiras, jogando água em direção à multidão furiosa. Logo depois chegaram reforços policiais que tentaram dispersar o grupo rebelde. Mas de nada adiantou: o pessoal não saiu dali e voltou a se agrupar para vaiar os policiais atirando pedras, tijolos, garrafas e colocando fogo nas latas de lixo. Quando finalmente conseguiu acalmar a situação, a polícia voltou para a delegacia com um saldo de 13 presos.

O Orgulho Gay

Mas na verdade tudo havia mudado. A partir daquele dia aqueles gays lésbicas e travestis sacaram que nunca iriam ser aceitos pela sociedade se ficassem apenas esperando e dependendo da boa vontade da sociedade. A rebelião mostrou a eles que a atitude que deveria ser tomada era a do enfrentamento. O discurso mudou. Nada mais de pedir para ser aceito: era preciso exigir respeito.

Foi assim que nasceu o Dia do Orgulho Gay coincidentemente, no mesmo dia em que morreu Judy Garland, ícone máximo da comunidade gay que, em "O Mágico de Oz", sonhava com um mundo melhor, além do arco-íris:

"Somewhere, over the rainbow, way up high,

There's a land that I heard of once in a lullaby.

Somewhere, over the rainbow, skies are blue,

And the dreams that you dare to dream really do come true."

Um comentário:

Anônimo disse...

Super!
Parabéns.
Mister Man