sexta-feira, abril 06, 2007

The Glass Closet
Revista gay tira Jodie Foster do armário.
Em um ato que está causando uma grande polêmica nos Estados Unidos, a revista gay americana "Out" colocou na capa de sua edição de maio a atriz Jodie Foster e o apresentador da CNN Anderson Cooper como homossexuais do showbusiness que não assumem sua orientação para o público.

Na matéria "The glass closet - Why the stars won't come out and play", algo como "O armário de vidro - Porque as estrelas não saem e se divertem", a revista fala das celebridades que vivem no tal "armário": apesar de não saírem dele, é possível ver através de suas portas.

Assinada pelo repórter Michael Musto, a matéria analisa como os famosos não-assumidos se comportam em público, provocando nomes como Foster, Cooper e o Jack da série "Will & Grace", Sean Hayes, que sempre se esquivam das perguntas sobre sua homossexualidade, em vez de responder sim ou não.

A atriz que ganhou o Oscar por "O silêncio dos inocentes" é o principal exemplo usado na matéria. "Ela nunca se assumiu publicamente, mas pelo menos nunca tentou afirmar que era hétero. Ela fala constantemente sobre os filhos, mas não dá nome ao pai nem dá a entender que haja algum interesse romântico nele. (...) Ela não tem medo de interpretar mulheres fortes, mães solteiras, e papéis originalmente escritos para homens".

E continua: "Para todo caso, Jodie Foster vive uma vida assumida — mas dentro de rigorosos limites — enquanto evita cuidadosamente qualquer revelação mais aberta, uma dança delicada que é difícil de conduzir — mas não tão difícil quanto dar duas voltas na tranca do armário e viver uma mentira completa. Jodie é uma das principais habitantes do armário de vidro — esse complexo, mas popular, instrumento que permite que figuras públicas evitem a repercussão em suas carreiras de qualquer revelação pessoal enquanto vivem suas vidas com um certo grau de integridade. Um artifício como esse permite que o público veja a verdade ao mesmo tempo que não permite que as pessoas possam abram o trinco a não ser que a celebridade decida fazer isso por si só".

Musto afirma que, nos anos 20, as celebridades publicamente gays eram mandadas para o "limbo". Elas eram obrigadas a casamentos de fachada, mantendo uma vida dupla que, se descoberta, arruinaria sua carreira. Ele escreve; "o armário de vidro parece se encaixar perfeitamente em várias celebridades hoje em dia, quando ser gay está se tornando mais aceito no mundo do entretenimento. Em um ambiente cada vez mais tolerante, estes astros podem desfrutar de relacionamentos reais, eles não precisam mais ficar saindo sempre com pares do sexo oposto (que não sejam suas mães), e depois de um dia de fingimento em frente às câmeras eles quase podem voltar a ser eles mesmos. Mas, ao mesmo tempo, eles não estão dispostos a dar o salto para ser oficialmente rotulados como gays e arcar com tudo o que isso representa no showbusiness".

Os gays mais poderosos
A revista também fez uma lista com os 50 homossexuais mais poderosos dos Estados Unidos - assumidos ou não - na qual figuram tanto Jodie Foster como Anderson Cooper.

O bilionário da indústria do entretenimento David Geffen encabeça a lista, seguido por Cooper. A atriz e comediante Ellen DeGeneres, o filantropo Tim Gill, e o congressista do estado do Massachusetts Barney Frank completam as cinco primeiras posições.

Entre os outros nomes da lista estão o guru financeiro Suze Orman (13º), o fundador da revista "Rolling Stone", Jann Wenner (11º), e o diretor de "X-men" e "Superman - O retorno", Bryan Singer (32º). Jodie Foster ficou em 43º.

Da Agência Globo

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